Melhores Filmes e Séries de 2021
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| Memoria (Apichatpong Weerathakul) |
Embora 2021 ainda tenha carregado grande parte do caos provocado pela pandemia no ano anterior, é impossível negar a qualidade dos filmes trazidos ao público por grandes autores já consagrados por incríveis filmografias, como Pedro Almodóvar, Paul Verhoeven, Júlio Bressane e Jane Campion. Porém, também foi um ano de empolgantes descobertas. Uma diretora francesa tornou-se a segunda mulher a vencer a Palma de Ouro em Cannes com seu segundo longa-metragem, enquanto sua jovem compatriota conquistou o Leão de Ouro em Veneza. Sem dúvidas, as mulheres atrás das câmeras tiveram um ano histórico, o qual já teve início com a vitória de Chloé Zhao na cerimônia do Oscar, tornando-se a segunda diretora a vencer a estatueta da categoria.
Se estamos falando de nomes que se destacaram em 2021, é inevitável citar o japonês Ryusuke Hamaguchi. Ele iniciou o ano levando para casa o Grande Prêmio do Júri em Berlim com Roda do Destino, uma coleção de três histórias sobre relacionamentos amorosos e o que eles deixam em cada um após seu fim, mas com um controle narrativo e formal muito único. No entanto, apenas alguns meses depois, o diretor presenteou o público na Riviera Francesa com outro dos milagres do ano na Sétima Arte. Drive My Car é a adaptação de uma história curta escrita por Haruki Murakami e transformada em um épico de 3 horas de duração sobre luto, performance, conexões humanas e a própria arte.
Desde as profundezas do desconhecido em Il Buco até os túneis secretos do Rio de Janeiro em Subterrânea, nenhum filme encarou tanto o abismo quanto Annette, o retorno do francês Leos Carax depois de 9 anos de hiato. O personagem de Adam Driver encara a câmera no plano final e implora para que paremos de encarar sua tragédia, uma vida artificial transformada em espetáculo na cidade da fama. Outra personagem que também lida bastante com a era das imagens, seja na tela da televisão, do cinema ou dos celulares, é a protagonista do nova longa de Bruno Dumont, interpretada com perfeição pela grande intérprete do ano. Léa Seydoux é a atriz que melhor entende o papel de sua profissão, que não é simplesmente ser o mais realista possível, mas se entregar ao tipo de encenação proposto pelo autor da obra.
Entretanto, nada feito no audiovisual neste último ano pode ser comparado com a nova obra-prima do tailandês Apichatpong Weerasethakul. Filmando pela primeira vez fora de seu país, o diretor encontrou na Colômbia um ambiente que guarda muitas semelhanças com sua terra natal. Desta forma, ele permanece como o grande nome do slow cinema no século XXI e mantém grande parte dos temas centrais e das convenções estilísticas de sua filmografia. Sem poder continuar explorando os mitos da cultura tailandesa, Memoria é provavelmente o trabalho mais universal do autor, uma viagem pela história da humanidade através da imagem e do som. É, portanto, o melhor uso dos elementos que constituem o cinema e a experiência mais transcendental que tive a oportunidade de viver em 2021.
Abaixo estão os meus filmes e séries favoritos do ano que passou, ordenados em ordem de preferência, além de algumas menções honrosas em ordem alfabética.
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| Annette (Leos Carax) |
FILMES
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| Succession (HBO) |
SÉRIES/MINISSÉRIES
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